Estágio é opção para escalada profissional
Instituições estimam a criação de 120 mil vagas no início de 2016. Entretanto, processos seletivos já começaram.
Cerca de 120 mil vagas de estágio devem ser geradas entre os meses de janeiro e março de 2016 em todo o País, de acordo com dados de instituições como o Centro de Integração de Empresa-Escola (CIEE) e o Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE).
Entretanto, quem pensa em colocar em prática o conhecimento adquirido nos ensinos médio, técnico, tecnólogo e superior não deve perder tempo, uma vez que os processos seletivos para preenchimento dessas oportunidades já têm início neste final de ano.
O grande volume de vagas se explica por dois fatores mais evidentes: o vencimento de contratos e a formatura de muitos estudantes que, assim, não podem mais estagiar, abrindo espaço para novos colaboradores.
Se as oportunidades são muitas, a concorrência também é alta. Isto exige uma boa preparação para quem quer conseguir uma vaga de estágio. De acordo com o superintendente educacional do CIEE, Eduardo de Oliveira, esta conquista tem início ainda nas etapas do processo seletivo. “Antes mesmo da entrevista, é importante conhecer a empresa, saber qual a sua área de atuação, o seu porte e produtos e serviços oferecidos”, diz.
Independentemente do setor, em um primeiro momento, entrevistas e dinâmicas pedem uma vestimenta mais formal, sem exageros. “Como não há exigência de experiência, os recrutadores buscam identificar nos candidatos boa comunicação e se terão facilidade de trabalhar em equipe e apresentar soluções”, exemplifica Oliveira.
Para o analista de treinamento do NUBE, Marcelo Cunha, estar alinhado com os valores da organização é passo importante para o estagiário iniciar bem a sua trajetória profissional. “O que ele espera para sua carreira deve ser condizente com os objetivos da empresa onde atua”, esclarece.
Cunha reconhece a importância de se apresentar um currículo enriquecido com conhecimentos de informática e um segundo idioma, mas aponta uma deficiência a ser corrigida pelos candidatos: a falta de dedicação à Língua Portuguesa. “Cerca de 40% são reprovados por não escrever bem o próprio idioma”, alerta.
Áreas de formação
Dados das instituições que fazem a intermediação de estágios revelam a concentração maior de vagas em áreas tradicionais, como Administração, Engenharia, Direito, Pedagogia e Ciências Contábeis.
Porém, estar de olho em setores com uma demanda crescente de profissionais é uma boa alternativa, como o de Tecnologia da Informação (TI), que recebe bem esta mão de obra cheia de vigor e novas ideias.
Segundo a gerente de Recursos Humanos e Treinamento da Total IP+IA, Jaquelyne Rodrigues de Oliveira, boa parte dos gestores da empresa, incluindo ela, começou como estagiário. “Inicialmente, queremos saber qual é o objetivo do estagiário, onde ele quer chegar, se tem foco e determinação para atingir os seus objetivos”, pontua.
Este posicionamento foi bem absorvido por Diego Ricardo de Morais, 26 anos. Ele estagia no setor de Implantação da Total IP+IA desde julho. Estudante de Sistemas da Informação, ele viu na TI a oportunidade de desenvolvimento de carreira e não pensou duas vezes em pedir exoneração (era servidor público) para se dedicar à área e não se arrepende. “Em quatro meses, pude colocar na prática os meus conhecimentos da faculdade e cresci pessoal e profissionalmente.”
Senso de urgência e compromisso são palavras de ordem para o estagiário Fernando Pereira de Lima, 25 anos, estudante de Ciência da Computação, que atua na área de Operações Críticas da FCamara, empresa de formação e consultoria em TI.
Na empresa desde julho, Lima aponta a dedicação e perseverança como fatores fundamentais para se destacar no mercado de trabalho. Ressalta ainda a vontade de aprender. “Atuo com profissionais experientes e aproveito este convívio para absorver conhecimentos”, diz.
Profissionais como o próprio diretor de Operações Críticas da FCamara, Thiago Lima. Ele trabalha com cerca de 10 estagiários e elege alguns componentes essenciais para a contratação desses colaboradores: vontade de evoluir, ambição e busca por novos conhecimentos. “Esta mão de obra renovada é uma grande vantagem competitiva para as organizações”, finaliza.
(Fonte: O Amarelinho)