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15-12-14 | Jornal Estado do RJ

Publicado em 15/12/2014 11h53, última atualização em 29/03/2022 16h57

Mercado Digital é aposta europeia contra recessão
Os principais afetados pelo desemprego na zona do euro são os jovens sem qualificação. A aposta agora é mercado digital para mudar os rumos da recessão

Após evitar um cenário de recessão no último trimestre do ano, a zona do euro conseguiu um crescimento tímido, de 0,2% do PIB, segundo dados da Eurostat. Neste cenário, os mais afetados são os jovens, que sofrem com uma taxa de desemprego de 30% a 40%.

Na Alemanha, país responsável pelo melhor desempenho econômico da zona do euro desde o início da crise europeia, foi realizado o encontro Digitising Europe, foro que discutiu as possibilidades de emprego geradas pelo mercado digital e a implementação da internet em todas as camadas da sociedade.

O encontro em Berlim reuniu representantes de multinacionais de tecnologia, além de especialistas no mundo digital e líderes de diversos governos. A chanceler alemã Angela Merkel, inaugurou o foro apontando o mercado digital como principal oportunidade para gerar empregos na Europa.

Encontro para gerar empregos ao jovens

Durante o evento foi apresentada uma pesquisa do Instituto Vodafone, que apontou as perspectivas dos jovens europeus para a geração de empregos na zona do euro. O estudo mostrou que pelo menos 30% deles acreditam que a revolução digital reduzirá o número de postos de trabalho.

“A Europa não é, no momento, uma terra de futuro para os jovens”, reconheceu Merkel. De fato, jovens como o alemão Klaus Herrmann (19), não possuem muita perspectiva de emprego. “Já terminei a escola mas não consegui meu primeiro emprego. Muitos dos serviços são temporários e não dão segurança para o futuro”, explica Hermann.

Apesar do pessimismo dos jovens, a pesquisa apresentada no Digitising Europe indicou que a maior parte dos 900.000 empregos que serão criados na Europa no próximo ano  estarão impulsionado pelo mercado digital. Muitas dessas vagas não exigirão curso superior e vão requerer apenas treinamento.

Mudanças são necessárias

A alternativa oferecida pelo mercado digital é a possibilidade de criar empregos a uma distância grande. Para que a Europa se beneficie de tal situação, será preciso acelerar a Agenda Digital Europeia e assegurar o acesso à internet para todos.

“A tecnologia veio para acrescentar na vida das pessoas, pois retira os trabalhos repetitivos e cria a oportunidade de crescimento profissional e intelectual. Essa área em si, terão muitas oportunidades de carreira para quem estiver começando a trilhar seu caminho profissional, pois as empresas estão interessadas em contratar estagiários e aprendizes, assim como trainees e efetivos sem nenhuma experiência”, comenta Ariane Abreu, diretora comercial da empresa de tecnologia e soluções de Call Center Total IP.

A necessidade de garantir um nível básico de alfabetização digital também foi levantada durante o encontro. Além da capacitação, outra preocupação foi a criação de uma Patente Europeia Unificada, que protegeria a propriedade intelectual orientada para inovação.

Segundo o analista de sistemas da Wittel, Lucas Sant´anna (24), as peculiaridades do mercado digital são essenciais na criação de novos empregos. “A internet te dá a oportunidade de começar um negócio aonde quer que você esteja. Com ela, é possível abrir uma empresa com menor custo e de maneira mais rápida e transparente”.

Enquanto isso, a economia do euro tenta se reerguer aos poucos, com crescimento anual de apenas 0,9% e aumento constante do endividamento público e privado. Mais uma vez, a Alemanha tenta encabeçar a reação europeia contra uma crise que já dura seis anos.

(Fonte: Jornal Estado do RJ)

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