11-08-2019 | Jornal A Tarde

Publicado em 11/08/2019 13h36, última atualização em 29/03/2022 17h09

83% dos profissionais preferem atuar no sistema home office

(Fonte: Jornal A Tarde)

Com as constantes evoluções tecnológicas e mudanças em todos os setores, os métodos de trabalho também têm se modificado e evoluído com o passar dos anos. Dentre as novas modalidades, encontra-se o home office, que ainda divide opiniões, mas que tem se mostrado um fator decisivo no momento em que alguém se candidata a uma vaga de emprego. Pesquisa recente feita pelo International Workplace Group (IWG) com mais de 15 mil entrevistados revelou que, destes, 83% escolheriam um emprego com alguma flexibilidade, em vez de outro mais tradicional. Além disso, 80% dos participantes alegaram um aumento de produtividade e melhora no desempenho ao adotar esta modalidade.

Tiago Alves, CEO da IWG, explica que hoje o home office é uma grande tendência por conta de vários parâmetros, como a questão da flexibilidade em relação ao deslocamento e a confiança que a empresa cria por seus funcionários, já que os resultados são medidos por produtividade, não assiduidade.

As pessoas estão buscando cada vez mais um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. “Após décadas de valorização do sistema de trabalho guiado por tendências de ‘work hard’ e a valorização de profissionais workaholic, multitarefas e hiperconectados, o cenário mudou, devido às severas consequências sofridas por esses trabalhadores”, lembra Raphael Schoneborn, gerente de produtos e processos da Total IP, empresa especialista em prover soluções integradas de voz e e-mail para contact centers.

“A possibilidade de uma jornada de trabalho flexível, e até mesmo com a adoção de home office parcial ou total, vai ao encontro dessa nova fase na qual os indivíduos almejam mais qualidade de vida”, reflete. “Desse modo, as empresas alinhadas com essa demanda do mercado de trabalho têm mais efetividade na contratação de funcionários, por serem mais atrativas ao valores desejados”.

Apesar de inovador e, aparentemente, cheio de vantagens, é preciso prestar atenção em alguns pontos que podem ajudar a melhorar ainda mais o trabalho dos funcionários, como o controle das atividades destes trabalhadores, já que se trata de serviço remoto. “Nesse momento, a tecnologia deve sempre ser vista como uma aliada, tanto dos colaboradores quanto dos gestores”, explica Raphael. “Por meio de métricas e indicadores de performance, é possível quantificar o desempenho de um profissional trabalhando local ou remotamente”, aponta.

Já Wladimir Martins, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional Bahia (ABRH Bahia), acredita também que é preciso uma autoavaliação por parte dos empregados, para que possam ter disciplina e dedicação suficientes para entregar toda a demanda corretamente. “É importante o funcionário entender como ele se disciplina e qual o seu tempo de produtividade, já que é um método trabalhista que foca em cumprir metas, em vez e seguir à risca uma carga horária”, avalia.

Os dois lados

“Tudo influencia na forma que a pessoa irá trabalhar, desde a roupa que ela está utilizando até o seu perfil pessoal”, explica Wladimir. “Alguns conseguem se adaptar melhor a formas mais flexíveis de trabalho, principalmente por conta de suas prioridades e facilidade de concentração. Mas existem aqueles também que necessitam do contato com outras pessoas, algo feito pessoalmente, em conjunto, esses rejeitariam de imediato uma proposta deste tipo ou não conseguiriam sustentar por muito tempo”, reflete.

Tiago Alves aponta também que incentivar o home office parcial pode ser uma opção para que o trabalhador não fique desmotivado. “É importante para que ele não se sinta excluído. Indo alguns dias da semana, poderá se sentir parte da empresa, com colegas reais, participando da tomada de decisões e criando o sentimento de que tem as mesmas chances de crescer na empresa, assim como os outros funcionários”, explica.

A jornalista Isabela Castro é diretora da Pimenteira Comunicação, uma agência digital que, como o nome já diz, tem seu trabalho feito totalmente de forma virtual, com seus colaboradores trabalhando de forma 100% remota.

Ela ressalta o fato de que empresas home office geralmente são de pequeno porte, que muitas vezes não têm uma estrutura para manter um funcionário trabalhando lá num regime tradicional de carga horária, então ele, dentro de sua casa (ou onde preferir), vai cumprir seu deadline e suas metas da forma que achar melhor, obedecendo ao planejamento criado antecipadamente para que todos consigam cumprir seus objetivos.

“Você poder produzir num melhor momento pra você, em que esteja mais confortável e mais criativo, vai sim refletir numa melhora de produtividade”, considera Isabela. “Claro que a responsabilidade será a mesma. Você se dará as condições mais favoráveis para ter uma produtividade melhor, sem aquela obrigação de ter que bater ponto”.

Isabela usa a si mesma como exemplo, pois viaja muitas vezes e, enquanto isso, também está trabalhando, por conta de o seu trabalho ser ligado diretamente à internet, de onde estiver, pode trabalhar.

Caroline Yokohoma trabalha como designer para a Isabela na Pimenteira Comunicação e conta que, como qualquer outra atividade, o home office tem seu ônus e seu bônus. “O que mais me atrai é o fato de não precisar sair de casa, ter que pegar o carro ou transporte público, podendo passar por engarrafamentos e imprevistos que se tornam desgastantes”, pondera. “Como desvantagem eu diria que é a concentração. Muita gente não entende o conceito de home office e, a depender do ambiente em que esteja inserido, um material que seria feito com rapidez acaba se tornando demorado”, avalia.

Além do trabalho na agência digital, Caroline também trabalha em uma outra agência, porém de forma presencial. Sobre as diferenças entre um e outro, ela conta que sua função é a mesma, mas que os diferentes cenários exigem mentalidades também diferentes. “No home office, o meu deadline é maior, o ambiente mais tranquilo me deixa propensa a executar com mais calma”, esclarece. “Já em agência é tudo muito rápido: briefing de uma atividade pela manhã, material finalizado on e off à noite. A depender da pauta da semana, existe a necessidade de uma carga horária fixa, porém com uma grade de atividades vazia”.

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